27 de outubro de 2018

A Mulher Adultera e Jesus


João 8:1-11
Ele estava ensinando o povo reunido ao seu redor quando, na presença de todos, os mestres da lei e os fariseus introduziram uma mulher surpreendida em adultério e a colocaram diante de todos. Era uma armadilha muito bem elaborada para gerar uma prova contra Jesus. Eles queriam saber a opinião dele, se a mulher deveria ser apedrejada como ordenava Moisés ou não. Aprovando o apedrejamento, os acusadores colocariam o Senhor contra César; caso contrário, contra a lei de Moisés. Dessa vez eles apanhariam Jesus e o entregariam ao Sinédrio ou ao governador romano. A princípio, Jesus não deu atenção aos seus acusadores e, abaixando-se, começou a escrever ou desenhar qualquer coisa na areia ou na poeira do chão. Como eles insistissem na fatídica pergunta, Jesus levantou-se solenemente e respondeu com uma autoridade impressionante: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar a pedra nela” (Jo 8.7). Dito isso, inclinou-se novamente e continuou o que estava fazendo. De repente, houve uma debandada geral, a começar pelos mais velhos. Todos saíram, e eram muitos; havia não só os acusadores (os mestres da lei e os fariseus), mas também o povo que estava lá para ouvi-lo (Jo 8.2). Não se menciona a presença de nenhum dos apóstolos. Os únicos a permanecer no local foram Jesus e a mulher. Então, ele se pôs de pé outra vez e perguntou à adúltera: “Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou?”. A mulher, ainda surpresa e emocionada, respondeu: “Ninguém, Senhor”. Jesus pronunciou, então, uma de suas frases mais conhecidas e citadas: “Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado.” (Jo 8.11). O sucesso de Jesus foi enorme, marcante e público. E repercute até hoje, embora não poucas pessoas memorizem e propalem apenas a primeira metade das palavras dele (“Eu também não a condeno”), e não a parte final (“Agora vá e abandone sua vida de pecado”).

ESCRIBAS: Nos livros sagrados para os cristãos e judeus, o termo escriba refere-se aos chamados doutores e mestres (cf. Mateus 2:35; Lucas 5:17), os Homens eruditos da letra,  ou seja, homens especializados no estudo e na explicação da lei de Moisés ou Torá. O seu trabalho abrangia o desenvolvimento teórico da lei. Criaram a chamada TRADIÇÃO DOS ANCIÃOS (Mateus 15:2-9). O termo escriba apareceu pela primeira vez no livro de Esdras, eram bem sucedidos no que faziam,  tinham grande influência e eram muito considerados pelo povo, tendo existido escribas partidários de diferentes seitas, tais como os fariseus (a maioria), saduceus e essênios. No Novo Testamento é possível verificar que a maioria dos escribas se opôs aos ensinamentos de Jesus (cf. Marcos 14:1; Lucas 22:1), que os criticavam duramente, por causa do seu proceder legalista e hipócrita (cf. Mateus 23:1-36; Lucas 11:45-52; 10:46-47), comparando-o ao dos fariseus, a corrente de escribas  representava a maioria. Após o desaparecimento do templo de Jerusalém no ano 70, seguido do desaparecimento da figura do sacerdócio judaico, sua influência passou ser ainda maior.

FARISEUS: Eram os membros de um dos principais grupos religiosos dentre os judeus. “Seguiam”  a Lei de Moisés, as tradições dos anciãos e os costumes dos antepassados. Ficaram conhecidos através dos tempos como figura de fanáticos e hipócritas que apenas manipulam as leis para seu interesse (religioso aparente).

PENA DE MORTE: No Novo Testamento, quem decidia sobre aplicar a pena de morte era o governo romano. A Lei de Deus não era levada em conta. O governador Pilatos admitiu que Jesus não tinha feito nada que merecia morte, mas mandou executá-lo (Lucas 23:22-25). Isso provavelmente indica que os romanos tinham orientações sobre a aplicação da pena de morte, mas não eram regras definitivas. Se uma pessoa fosse um cidadão romano, podia apelar em última instância a César, que decidiria se devia morrer ou não (Atos dos Apóstolos 25:10-12).

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