Cruz - Domingo de Ramos |
O dia chamado "Domingo de Ramos", é o dia da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém uma semana antes de sua crucificação e morte. Nesse dia, conforme o Evangelho de João, as multidões em Jerusalém saíram para saudar Jesus carregando ramos de palmeiras, que eles acenaram ou espalharam em seu caminho.
No início da última semana de sua vida, Jesus de Nazaré
entrou em Jerusalém conforme descrito no Evangelho de Marcos 11.1-11
Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfage e Betânia, perto do monte das Oliveiras, jesus enviou dois de seus discípulos, dizendo-lhes:
"Vão ao povoado que esta adiante de vocês; logo que entrarem, encontrarão um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou. Desamarrem-no e tragam-no aqui. Se alguém lhes perguntar:
'Por que vocês estão fazendo isso?', digam-lhe:
0 Senhor precisa dele e logo 0 devolvera". Eles foram e encontraram um jumentinho na rua, amarrado a um portão. Enquanto o desamarravam, alguns dos que ali estavam lhes perguntaram:
"0 que vocês estão fazendo, desamarrando esse jumentinho?"
0s discípulos responderam como jesus lhes tinha dito, e eles os deixaram ir. "Trouxeram o jumentinho a jesus, puseram sobre ele os seus mantos; e jesus montou. Muitos estenderam seus mantos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam cortado nos campos. 0s que iam adiante dele e os que o seguiam gritavam:
"Hosana!"
"Bendito e o que vem em nome do Senhor!"
"Bendito e o Reino vindouro de nosso Pai Davi!"
"Hosana nas alturas!"
Jesus entrou em Jerusalém e dirigiu-se ao templo. Observou tudo a sua volta e, como já era tarde, foi para Betânia com os Doze.
A estação do ano era a primavera, época da grande festa
pascal em Jerusalém, durante o mês judaico de Nisan, que é no início de abril
em nosso calendário. Conforme a Bíblia Em Ordem cronológica, esse evento é
datado no Sábado, 9 de abril de 29 d.C.
Esse acontecimento foi profetizado pelo profeta Zacarias no século VI A. C. :
“Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e trazendo a salvação, humilde, e montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta” Zacarias 9:9.
A verdadeira fé da multidão que gritou “Hosana” está
descrita em Mateus 21:10-11:
“Mateus 21:10-11 diz que quando Jesus entrou em Jerusalém, a cidade ficou agitada e perguntava: "Quem é este?". A multidão respondia: "Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia"
Jesus não ficou impressionado com esta aparente recepção de
Rei, pois Ele chorou por Jerusalém e anunciou a sua iminente destruição, o que
se cumpriu 70 A.D. Conforme descrito em
Lucas 19:38-44
“Dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz
no céu, e glória nas alturas! E disseram-lhe dentre a multidão alguns dos
fariseus: Mestre, repreende os teus discípulos. E respondendo ele, disse-lhes:
Digo-vos que, se estes se calarem, logo as pedras clamarão. E quando já ia
chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela,
Dizendo: Ah! Se tu conhecesses também, ao menos
neste teu dia, o que à tua paz pertence!, mas agora isso está encoberto aos teus olhos.
Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te
cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te apertarão de todos os
lados;
E te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem; e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porquanto não conheceste o tempo da tua visitação.
Que decepção para aqueles que saudaram sua entrada!
Que tipo de Messias era esse?
Que tipo de Rei é esse?
Nos dias seguintes, Jesus purificou o Templo, e não levantou nenhum dedo e nem a voz contra os romanos. Em vez disso: "Então lhes disse: ‘Deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus’" Mateus 22:21.
Quem precisa de um rei assim?
Na sexta-feira, um grande número da multidão estava desencantada
com Jesus. Pois, esperavam uma reação de Jesus contra o sacerdócio do Templo,
que havia arquitetado sua prisão e o entregaram aos romanos sob a acusação de
declarar-se ser "Rei dos judeus". Recentemente cantavam, "Hosana!",
mas agora gritam com todas suas forças "Crucifica-o! Crucifica-o!" E
assim Jesus foi para a cruz, para morrer como sabia que iria acontecer.
Que lições podemos aprender com a história da entrada
triunfal de Jesus?
A Primeira, vemos o Senhorio de Jesus. A crucificação de
Jesus não foi um acontecimento que o atingiu desprevenido ao visitar Jerusalém.
Pelo contrário, Jesus compreendeu e aceitou o seu chamado para sofrer a morte na
cruz. Jesus se via como o rei e pastor profetizado por Zacarias e assumiu esse
papel em sua provocativa entrada triunfal em Jerusalém. Jesus mostrou seu
conhecimento prévio dos eventos de sua paixão: a descoberta do jumento, os
arranjos para sua Última Ceia Pascal no cenáculo, a traição de Judas, a
tríplice negação de Pedro, o abandono dos discípulos, a libertação aos gentios,
seu flagelo, humilhação e execução. Ele anunciou todas essas coisas com
antecedência. Cumprindo centenas de profecias contidas no velho testamento.
Jesus mostrou-se, assim, Senhor sobre a história.
A segunda lição: Jesus nem sempre atende às nossas
expectativas. Os judeus esperavam um rei que seria um grande líder militar como
Davi, que traria a libertação do jugo de
Roma e estabeleceria o reino de Deus pela força.
Mas Jesus era
radicalmente diferente de suas expectativas. Quando entrou em Jerusalém, não o
fez a cavalo, símbolo da guerra e da escolha dos conquistadores, como fizera
Pompeu. Ou semelhante ao dia do Triunfo comemorados pelos generais e reis
romanos. Jesus nem sequer escolheu uma mula, o corcel de reis judeus como o
próprio Davi. Em vez disso, ele escolheu um burro, um animal de matilha, uma
besta humilde de carga, como sua montaria real. Como Zacarias havia
profetizado, ele veio humildemente e trazendo paz. O Reino de Deus que ele
pregou e inaugurou não era um reino terreno, político, militar, mas o governo
de Deus no coração dos homens que O conhecem e O servem. Mas este não era o
reino que o povo esperava ou queria, e por isso eles rejeitaram Jesus como seu
Senhor.
Em nossa vida cristã, à medida que envelhecemos, todos nos deparamos com situações em que Deus não atendeu às nossas expectativas.
Talvez Ele não trouxe um parceiro de casamento para nossa vida.
Ou talvez descobrimos que o casamento não correspondeu às nossas expectativas.
Ou talvez você tenha sido preterido para uma promoção ou um cargo que você realmente merecia.
Ou talvez a doença, ou a tragédia tenha atingido sua vida, ou família de uma maneira
inesperada.
E a tentação em todas essas situações é fazer as coisas do nosso jeito.
Você se casa com aquele não-cristão.
Você pede o divórcio. Você fica ressentido e amargurado com as oportunidades perdidas.
Você perde a confiança no amor de Deus por você e não confia mais Nele.
Quando Deus não corresponde às nossas expectativas, então rejeitamos Deus e fazemos as coisas da maneira que achamos que devem ser feitas ou nos ressentimos Dele por não nos dar o que queremos.
Jesus é o Senhor. Ele não tem obrigação de corresponder às nossas
expectativas. Se Ele escolhe dar-vos uma vida de sofrimento e dificuldades, de
decepção e fracasso, Ele é o Senhor. Muitos de nós pensamos que, se Cristo não
se encaixar em nossas expectativas, então simplesmente nós O rejeitaremos, como
as multidões em Jerusalém fizeram.
Mas Cristo é o
Senhor, e Ele não precisa se adequar às nossas expectativas.
Cristo nunca prometeu aos seus seguidores uma vida feliz. O
discípulo não está acima de seu mestre, e o Mestre escolheu o caminho para o
Gólgota. Se você é chamado a trilhar esse mesmo caminho, essa é a prerrogativa
do Mestre.
Devemos ao menos tentar adaptar nossas expectativas ao que
Deus decreta, não tentar adaptar Deus para atender às nossas expectativas.
Cristo é o Senhor, e
Ele sabe o que é melhor para nós.
Não devemos ser como o povo de Jerusalém, que saudou Cristo
como seu rei, desde que ele se encaixe na imagem que projetamos para ele ser.
Reconheçamo-lo verdadeiramente como nosso Rei, nosso Senhor, nosso Soberano, e
recebamos de sua mão tudo o que ele tem preparado para nós.
As promessas contidas para nós na palavra de Deus, que não
são poucas, estão a nossa disposição; João 14:13-14 (NVI), onde Jesus diz:
"E tudo o que pedirdes em meu nome, isso farei, a fim
de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome,
eu o farei."
Essa promessa enfatiza a importância da fé e da oração dos
seguidores de Jesus. Ao pedirem algo em nome de Jesus, eles estão demonstrando
sua confiança nele e sua submissão à vontade de Deus. Isso também destaca o
papel de Jesus como mediador entre os crentes e Deus, garantindo que suas
orações sejam ouvidas e atendidas conforme a vontade divina.
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